Minino vá com cuidado (Teimosia)
Minino vá com cuidado
Ao andá na madrugada
Veno moita balançá
Usi da fac'amolada
Si andano nu camin
Vê a puera subi
Jogue dois dedo di sá
Qu'é prá ispantá saci
Si ouvi nu mei du matu
Barulho d'assombração
Si num tivé patuá
Já prepar'a oração
Camaradinho...
Ai, papai Nicolau
Num dá !
Rancador de cipó
Num dá !
Ouça cantá o galo
Num dá !
Nu pulêro é mió
Num dá !
sábado, 30 de agosto de 2008
Todu mundo qué sê bom
Mai ruim ninguém qué sê
Todu mundo qué matá
Mai ninguém num qué morrê
Eu num sei como si vivi
Nessi mund'inganadô
Fala muit'é faladô
Fala pôco é manhoso
Comi muito é guloso
Comi pôco é suvina
Si batê é disordêro
Si apanhá é mufino
Si corrê eu sô covarde
Si matá, sô assassino
Sina ruim tem maribondu
Qui faz casa nu capim
Dá um vento, leva ela
Maribondu leva fim
Cavêra, quem li matô ?
Foi a língua, meu sinhô
Os conseio qu'eu li dava
Tu dizia sê ruim
Agora vem mi dizê
Qu'inveja matô Caim ?
Camaradinho...
Mai ruim ninguém qué sê
Todu mundo qué matá
Mai ninguém num qué morrê
Eu num sei como si vivi
Nessi mund'inganadô
Fala muit'é faladô
Fala pôco é manhoso
Comi muito é guloso
Comi pôco é suvina
Si batê é disordêro
Si apanhá é mufino
Si corrê eu sô covarde
Si matá, sô assassino
Sina ruim tem maribondu
Qui faz casa nu capim
Dá um vento, leva ela
Maribondu leva fim
Cavêra, quem li matô ?
Foi a língua, meu sinhô
Os conseio qu'eu li dava
Tu dizia sê ruim
Agora vem mi dizê
Qu'inveja matô Caim ?
Camaradinho...
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sábado, 16 de agosto de 2008
O mundo gira, volteia doido. É pião em palma de mão de menino, água redemoinhando na pia, é cachorro atrás do próprio rabo. A roda gira, pneu solto ladeira abaixo - e os camaradas giram com a roda. Os troncos se contorcem, caçando os espaços que sobram. Trocam pés por mãos, fingem ir e não vão, fingem dar mole - e não dão. Os olhos giram nas órbitas - mas onde está o camarada, que vi há pouco, e agora não vejo ? A cabeça gira no pescoço, buscando, radar que é, o lugar do outro. E a rasteira do outro gira rente ao chão, descalçando o pé do um. Um gira no ar, pombo sem asas, voando feito garrafa em briga de boteco. A rasteira de outro já passou, e por dentro se ri. Um, ainda girando no ar, pensa na gameleira que caiu, pensa em ser o mesmo que gato. E pensando assim, gato é. Um aterriza de pé, girando o rabo que não tem, para se equilibrar. Olham-se de bandam, e sorriem admirados com o que fizeram. Não são muito de dizerem que vão, então vão - mais uma volta na roda que gira no mundo que volteia doido. Mas uma volta só, que é o que iaiá manda dar.
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