Passo um: não falar sobre raça. Nunca faça seu filho notar que outras pessoas tem cor da pele diferente. Seja "cego à cor".
Passo Dois: Na verdade, é isso. Não há passo dois.
Parabéns! Suas crianças estão no caminho para acreditar que sua etnia é melhor do que todas as outras.
Surpreso? Assim, ficaram autores Po Bronson e Ashley Merryman quando começaram a pesquisar a questão das crianças e raça para o seu livro "NurtureShock". Acontece que muitas das nossas pressuposições sobre a criação de nossos filhos e a apreciação da diversidade, estão totalmente erradas:
É tentador acreditar que porque a sua geração é tão diversa, as crianças de hoje cresçam sabendo como conviver com pessoas de todas as raças. Mas vários estudos sugerem que isto é mais fantasia do que fato.
Como é o Mês da História Negra, eu pensei que seria um bom momento para falar sobre raça, especialmente algumas das coisas surpreendentes que encontrei neste capítulo particular de "NurtureShock". O que Bronson e Merryman descobriram, através de vários estudos, foi que a maioria dos pais brancos nunca conversam com seus filhos sobre raça.
A atitude (pelo menos aqueles que pensam que o racismo é errado) que geralmente é porque queremos que os nossos filhos sejam indiferentes à cor, não apontamos a cor da pele. Dizemos coisas como "todos são iguais", mas achamos difícil ser mais específico do que isso. Se nossa criança aponta alguém que parece diferente, nós os mandamos calar e lhes dizemos que é rude falar sobre isso. Pensamos que simplesmente colocar nossos filhos em um ambiente diverso irá ensinar-lhes que a diversidade é natural e boa.
E o que eles estão aprendendo? Aqui estão alguns fatos deprimentes:
- Apenas 8% dos americanos brancos, cursando o segundo grau, tem um melhor amigo de outra raça. (Para os negros, é de cerca de 15%.)
- Quanto mais diversificada uma escola é, menor a probabilidade de que as crianças vão formar amizades inter-raciais.
- 75% dos pais brancos nunca ou quase nunca falam sobre a raça com seus filhos.
- As atitudes de uma criança em relação à raça são muito mais difíceis de alterar, após a terceira série, mas um monte de pais esperam até lá (ou mais) antes de achar que é "seguro" falar com franqueza sobre
a raça.
Atualmente estamos muito confortáveis para falar com nossos filhos sobre os estereótipos de gênero: nós dizemos a nossos filhos que as mulheres podem ser médicas e advogadas. Ei, a Barbie pode ser engenheira de computação! O que Bronson e Merryman apontam é que devemos dizer a mesma coisa sobre a raça: médicos podem ser de qualquer cor de pele. Um (meio-)negro pode ser presidente. Negros nerds podem ser muito legais.
Então, em homenagem ao Mês da História Negra, fale com seus filhos sobre a raça. Precisa de ajuda? O site Parenting recentemente postou 5 dicas para falar sobre racismo com crianças. Eu diria, porém, que "o mais importante" deve ser dizer algo, porque simplesmente "ser um modelo" não tem, aparentemente, o efeito que nós pensamos que ele tem.
Por Jonathan Liu
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